Ninhos de Proteção
- Para mulheres
- 23 de out. de 2021
- 3 min de leitura

Jean Haworth
“No temor do SENHOR, tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos. ”
Pv. 14: 26
Num dia ensolarado estávamos viajando pelas montanhas que cercam o Vale do Cariri. Era uma tarde quente. A estrada de terra estava esburacada e cheia de poeira. Pouco trânsito, mas quando um carro nos ultrapassou nos deixou cobertos de poeira vermelha. Os meus pensamentos estavam parados, quando eu vi uma coisa estranha... bolsas penduradas nas árvores. Será uma miragem?
“Que são aquelas coisas penduradas? ” perguntei ao Sr. Josué, motorista e sertanejo nativo. “Ninhos. ” Ele disse. “Ninhos? Pendurados nos fins dos galhos? Vão cair com o peso dos passarinhos? ” Obviamente sei pouco sobre ornitologia. Mas Sr. Josué sabe. Se criou numa fazenda no Sertão. “Não. Estão feitas num galho que dobra e se torna o polo de apoio/amparo. O ninho está feito com cipós de Jurema... coberto com espinhos. Assim, protege os filhotes dos predadores. Você sabe… cobras, cassacos, gatos do mato. ”
“Como se chama o pássaro? ” Perguntei a ele. “Casaco de Couro.” O Sertão é a terra dos Vaqueiros. Eles se vestem com chapéus, casacos e calças de couro para se proteger contra a jurema... uma árvore pequena coberta com espinhos. O vaqueiro precisa de uma armadura de couro.
“Quando criança, eu observava eles fazendo os ninhos, ” Sr. Josué continuou. “O macho e a fêmea trabalham juntos arrumando os cipós, tecendo o ninho, cantando enquanto trabalham. Amei ouvi-los cantar. Eles formam a porta alta no lado de fora do tronco, dificultando o inimigo entrar e pegar os bebes. Terminam forrando o interior com capim macio. Eles acasalam pela vida, e cada ano voltam para o mesmo ninho... adicionando mais cipós. Eu já vi ninhos de mais de um metro. ”
Sr. Josué estacionou o carro. “Gostaria de ter um ninho? Aquele está baixo. Posso pegá-lo. Ele tirou do galho com cuidado… cheio de espinhos! Vazio. Colocou no bagageiro e fomos embora. Depois de uma hora naquele caminho, o carro pulando de buraco em buraco, o ninho estava desmantelando. Interessante. Seguro na árvore, até no vento forte ficou firme. Mas tirado da estaca, não resistiu.
Nós criamos os nossos bebes no Sertão. Com alegria preparamos o ninho. Firmamos nossa construção em redor do galho, Jesus Cristo, nossa rede de Apoio. Sabemos que ficariam conosco 18 anos no máximo e que os primeiros cinco anos são os mais importantes para formar a pessoa integra. Lemos historias bíblicas, ensinamos versículos bíblicos, juntos lemos bons livros, supervisionamos as amizades, o uso da televisão e filmes em casa, no ninho. Mantivemos a porta alta, evitando a entrada de coisas perigosas. Queríamos proteger os nossos filhos dos predadores. Pedimos para Deus nos mostrar tudo que precisávamos saber sobre as atividades deles. Que eles fossem pegos se tivessem fazendo algo perigoso. E sempre tentando prepará-los para o mundo fora... o Sertão. Ensinamos, gota por gota, como fazer escolhas, quais os perigos e como evitar. Aos poucos empurramos do ninho, orando sempre.
E, até hoje, oramos. Oramos para que Deus coloque uma cerca de espinhos ao redor deles, que eles lembrem de vestir o casaco de couro, a armadura de Deus. Oramos por sabedoria nas escolhas deles. Os dois são adultos com as próprias famílias, nós não temos controle. Agora a nossa parte é orar, dando graças a Deus por eles e pedindo que Ele cuide.
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